AMÉLIA MUGE & MICHALES LOUKOVIKAS
ARCHiPELAGOS / Passagens
X. O QUE AS ONDAS CONTAM
Ondas do mar de Vigo / Kýmata mýria tou pelágou
Contas do mar (Bulería de Sines)
/ENGLISH/ ARCHiPELAGOS • X. SEA WAVES TELLING TALES
/ΕΛΛΗΝΙΚΑ/ ΑΡΧΙΠΕΛΑΓΟΣ • X. ΜΥΘΟΙ ΤΩΝ ΚΥΜΑΤΩΝ
27. Ondas do mar de Vigo / Kýmata mýria tou pelágou
– Martín Codax (também adaptado para grego por Michales Loukovikas) / Panagiotis Tountas
• Adaptação: Amélia Muge / Arranjo: M. Loukovikas
Cantiga de amigo galaico-portuguesa com melodia de rebético de Esmirna
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Ondas do mar de Vigo, / Se vistes meu amigo? / E ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amigo, / O por que eu sospiro? / E ai Deus, se verrá cedo!
Ondas do mar levado, / Se vistes meu amado? / E ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amado, / Por que ei gran coidado? / E ai Deus, se verrá cedo!
Ondas do mar… Miríades de ondas… Contas do mar…

O pergaminho Vindel, manuscrito das cantigas de amigo de Martín Codax.
• Canto: M. Loukovikas, A. Muge / Coro: Rui Vaz • Clarino: Manos Achalinotópoulos
Contrabaixo: António Quintino / Guitarra, tzourás: Dimitris Mystakidis
Guitarra portuguesa: Ricardo Parreira / Ney: Harris Lambrakis / Percussão: José Salgueiro
Violino: Kyriakos Gouventas / Violoncelo: Catarina Anacleto
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A fada e o dragón, de Xaime Quessada (escultura de bronze em Vigo): uma fada com duas flautas montada num dragão alado, homenageando a cultura oral galega, os poetas medievais, jograis e trovadores, como Martín Codax, Mendinho ou Paio Gómez Chariño.
28. Contas do mar (Bulería de Sines)
– Amélia Muge / Michales Loukovikas, tradicional português
• Arranjo: M. Loukovikas, A. Muge
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Este mar – o primeiro
A unir – por inteiro
E as ilhas – são as contas
De um colar – a enfeitar o mar
Contas contas – a contar
Que há sempre outro barco a chegar.
No lugar que tem amor / Duas ilhas vão crescer
S’o mar entr’elas der flôr / Tudo pod’ acontecer.
Cada hora que vivemos / Entra nas contas do mar
E se há ilhas que não vemos / Estão por nós sempre a chamar.
Ondas do mar… Contas do mar… Contas nas ondas do mar…
A-a, a-a, / Contas contas que são um colar – a enfeitar o mar
Contas contas qu’estão a contar – outro barco a chegar.

Amélia Muge e Michales Loukovikas apresentaram o seu projeto anterior, Periplus, no Festival Músicas do Mundo em Sines em 2012 com: Catarina Anacleto (violoncelo, coro), Manuel Maio (violino, bandolim), Nikos Paraoulakis (ney, flauta de bisel), António Quintino (contrabaixo), José Salgueiro (percussão), e Miguel Tapadas (piano). A Bulería de Sines (Contas do mar) foi composta nesta cidade e tocada na sua forma inicial durante este concerto.
• Canto: Catarina Moura, Teresa Campos / Coro: Maria Monda, A. Muge,
Coro de crianças, dir. Catarina Anacleto • Acordeão: M. Loukovikas / Clarino: Manos Achalinotópoulos
Contrabaixo: António Quintino / Guitarra: Dimitris Mystakidis / Guitarra de flamenco: Thomás Natsis
Guitarra portuguesa: Ricardo Parreira / Ney: Harris Lambrakis / Palmas: Niovi Benou, T. Natsis
Percussão: José Salgueiro / Piano: Filipe Raposo / Violino: Kyriakos Gouventas
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• Bulería: dança, canto, peça instrumental, do repertório flamenco baseada numa medida de 12 tempos; aceita diversas variações rítmicas, com tendência a ser mais lenta se não for dançada; nasce na 2a metade do séc. XIX, provavelmente entre os ciganos de Jerez; a etimologia é incerta: se tomada como uma deformação de burleías (gracejos), explica o tom jocoso de muitas delas; se proveniente de boléras (dança cantada familiar do bolero), justifica um modelo mais intimista; também se aponta como origem o termo bulla (grito de encorajamento aos músicos); actualmente já não se encontram tantas bulerías com sentido humorístico, mas o lado passional continua a ser importante; dentro dos estilos do flamenco, é aquele que permite maior liberdade de improvisação (música e letra). • Sines: cidade portuguesa da costa alentejana, local de nascimento de Vasco da Gama, acolhe o Festival Músicas do Mundo (FMM), da iniciativa da Câmara Municipal, um dos maiores eventos deste tipo organizado em Portugal. A Bulería de Sines (Contas do mar) foi composta e apresentada, na sua forma inicial, no FMM de 2012.